Filmes em 2001


Marcelo Ikeda

  2000: um belo ano do cinema brasileiro - um breve panorama - apesar de ter sido inferior a 1999, o ano de 2000 proporcionou belos filmes brasileiros. Sem um principal destaque como unanimidade, a pluralidade da produção foi um ponto a favor.

  Tolerância, o fim da crítica e um viés do cinema brasileiro - apesar de todas as expectativas, o filme de estréia da Casa de Cinema apenas comprova o diagnóstico de Paulo Emílio há 40 anos: tudo o que envolve o cinema no Brasil é coroado pela mediocridade e pelo senso de subdesenvolvimento. Inclusive a crítica.

  Decadência e desencanto : uma singular revisão da infância em Os Três Zuretas - o belo filme de Cecílio Neto rejeita a piada inconsequente que rege o típico filme infantil para promover um retrato da infância extremamente pessoal com um profundo senso de decadência e desencanto.

  Babilônia 2000 - o novo filme de Coutinho até certo ponto desaponta por acrescentar pouco a uma estética do documentário já mostrada em Santo Forte.

  Gladiador : um filme político - por trás da burocrática aparência de blockbuster de Gladiador, há um sutil comentário político sobre o patético jogo de poder nos Estados Unidos e sobre a alienação do público.

  A estética do estranhamento em O Vento nos Levará : um filme de transição? - o novo filme de Kiarostami incorpora um sentido de inércia novo em sua filmografia, retratando o cineasta como um estrangeiro e utilizando o extracampo de forma a reforçar sua alienação.

  Chocolate : um filme de Lasse Hallstrom - apesar de todos os clichês que cercam o filme, o olhar sobre o estrangeiro e o tratamento das diferenças tornam Chocolate um filme extremamente pessoal e comovente.

  Amores Possíveis - como os últimos exemplares das comédias românticas americanas, o filme tenta inovar tanto no conteúdo quanto na forma, mas se revela essencialmente conservador.

  O Chamado de Deus: a religião como um ambíguo retrato político do Brasil  - voltando ao documentário, em que começou sua carreira, Joffily resgata a visão da religião como um processo político, aliada a um retrato ambíguo de uma identidade nacional típico do cinema brasileiro contemporâneo.

  A Hora Marcada - exemplo de um tipo de cinema brasileiro que já nasce esgotado, a belíssima produção para os moldes brasileiros acaba se tornando um pastiche se comparada aos megamilionários filmes hollywoodianos.

  As Luzes de um Verão - um dos grandes destaques do circuito anual, cinema verdadeiramente oriental, com a transcendência da rotina, sua falsa paralisia (baseada em relações e não em ações) e sua poesia espiritual.

Outros filmes lançados no circuito podem ser vistos na seção sobre o Festival do Rio.

 

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