BOTAFOGO 1 X 1 SANTOS - 1995

 

Na primeira partida, no Maracanã, o Santos que jogava por dois empates, tratou de levar a partida em banho-maria. Armou um esquema defensivo, mas, mesmo assim, não conseguiu evitar a derrota por 2 a 1, gols de Wilson Gottardo e Túlio para o Botafogo, e Giovanni para a equipe santista. Dessa maneira, a vantagem de jogar por um empate passava ao Botafogo, embora, os torcedores santistas comemorassem a derrota por um gol como se vencer o Botafogo fosse a tarefa mais simples do mundo. E na verdade não era.

A comemoração durou até o jogo no Pacaembu começar. Aí, os torcedores santistas puderam perceber que, ao contrário do que imaginavam, o Peixe não encontraria pela frente um time disposto a tudo apenas para se defender. Ainda mais quando, na metade do primeiro tempo, Sérgio Manuel cobrou falta na área, Iranildo desviou de cabeça e a bola sobrou para Túlio fuzilar de perna esquerda. Na comemoração, o jogador saiu dando voltas até se atirar no chão, no gol que ele batizou de " volta olímpica" .

Com isso, o Santos foi obrigado a sair ainda mais para o jogo, pois agora precisava fazer dois gols e não sofrer nenhum para ficar com a taça. Teve ainda uma chance na primeira etapa com Giovanni que, após cobrança de escanteio, apareceu livre por trás da zaga, mas desperdiçou a oportunidade.

No começo da Segunda etapa, Marquinhos Capixaba recebeu lançamento de Jamelli pela direita, invadiu a área e dividiu com Gonçalves. A bola bateu no braço do lateral santista e sobrou para Marcelo Passos concluir forte, de perna direita, empatando a partida.

A torcida santista, que já andava sem muita esperança, voltou a empurrar a equipe, mas nessa hora o Botafogo provou ser um time consciente. Não passou nem de perto a imagem de um time imaturo, nervoso, e soube levar os momentos seguintes da partida - os mais perigosos pela empolgação do adversário - sem maiores problemas. E quando precisou, também teve seu herói, o goleiro Wagner.

Nos momentos de mais pressão, Wagner foi decisivo. Em duas faltas cobradas por Marcelo Passos pela direita e no chute de perna esquerda, quase na pequena área, de Giovanni, ele provou a tese de que um grande time começa com um grande goleiro.

Wagner só não conseguiu segurar a cabeceada de Camanducaia, já no final da partida, aproveitando cruzamento de Marcelo Passos, mas o árbitro Márcio Resende de Freitas, bem colocado no lance, apontou impedimento do ataque santista. Aí era só esperar o apito final do juiz, para que os alvinegros no Brasil inteiro começassem a festa.

Neste instante, Túlio não conseguiu esperar pelo troféu. Subiu nos ombros de um torcedor e ergueu a bola sobre sua cabeça, como se fosse a taça. Uma atitude solitária, especial, como a estrela que brilhou no Pacaembu.

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