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OUTROS CARNAVAIS (BA) Por Ricardo Spencer Brincando de deus strikes again Não foram muitos os felizardos que presenciaram a tão esperada volta do brincando de deus no último dia 12 de dezembro no Teatro Vila Velha. Mas se fossem muitos, o termo "felizardo" não seria tão propício. Quem esteve ali foi por pura devoção à banda, o que tornou o show muito agradável e familiar. Aliás, o termo família se encaixa com muita precisão no atual estado da banda. Era a volta do brincando de deus. Mas não era um retorno como o Fellini, como o Echo & the Bunnymen, como o Sex Pistols não. Foi uma pausa de apenas 9 meses graças às atividades extra banda, impossíveis de serem adiadas. Dalmo (baixista) é pai de Ariel e estava com as atenções voltadas para o seu recém-nascido filho com Eneida (ex Penélope Charmosa). Messias (voz), além de lecionar na UFBa, prepara a sua tese de mestrado. Cezar (guitarra) passou um tempo no Recife, não viu a exposição de Basquiat, se entupiu de Sub Zero e voltou. Ruy (bateria) ficou em casa, só esperando a definição dos seus colegas e se divertindo em outras bandas. E era uma volta mais esperada ainda por se tratar de um tributo ao Smiths. O show, intitulado "brincando de deus strikes again" era uma homenagem à banda de Morrissey e Johnny Marr, há muito prevista pelos integrantes. O Telefanzine, zine por telefone com as novidades da cena de Salvador, chegou a fazer uma enquete com os ouvintes para saber que músicas do Smiths gostariam de ouvir no show. Muitas ligações foram registradas. Escolheram a dedo o lugar: o Teatro Vila Velha, tradicional teatro da cidade onde muitas estrelas nacionais foram descobertas, desde os anos 60. Após uma bela reforma, o teatro obteve uma infra-estrutura na qual, dentre outras guloseimas, é possível escolher a configuração de palco e platéia: mezaninos, arquibancadas, etc. E o ar condicionado fazia lembrar Manchester...junto com os rebolados de Morrissey no telão. O show começou com as gravações do Telefanzine, onde os ouvintes pediam as músicas. As vozes eram por ora saudáveis, e em outras ocasiões doentias e bêbadas: "...quero ouvir aquela...que tem uma guitarra assim... tannananantchan... tchurru...". Era "This Charming Man". Foi o início de uma grande noite, com um belo show que estaria por vir. A banda entrou no palco já tocando música nova, em português. Emendaram com "Last Night I Dreamt that Somebody Love Me" e a partir daí foi uma covardia só. Músicas do Better When You Love(Me) e do Running Live On Your Mind se intercalavam, com repentinas aparições das músicas dos Smiths: "This Charming Man", "The Queen is Dead", "Theres a Light That Never Goes Out", "Handsome Devil".... Depois de duas horas e 23 músicas, o brincando de deus sai do palco. E saíram para outra grande pausa, porém diretamente ligada à banda: o novo álbum. Apesar das gravações acerca do sucessor do Running Live On Your Mind estarem sob sigilo, sabe-se que começam em março. É esperar mais. E ficar com mais vontade. É melhor assim.
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